Livro: 50 tons de cinza -
livro #1
Autora: E.L.James
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 455
Classificação: 3/5
Minha Opinião:
A estudante de literatura Anastasia Steele, não poderia imaginar que ao substituir sua amiga em uma entrevista com o dono da empresa Grey Enterprises Holdings, sua vida iria mudar drasticamente.
O encontro com o enigmático empresário, foi totalmente diferente do que ela imaginava. Além de bilionário, brilhante e extremamente atraente, suas respostas revelam um homem maníaco por controle.
Encantada com a beleza e os olhos cinzentos de Christian, Ana entra de cabeça em um complicado relacionamento. Sem forças para recuar, ela é seduzida por um mundo completamente diferente daquele que conhece. Quando ela descobre que por trás da fachada de dominador existe um homem com muitos traumas do passado, decide entrar no jogo de Christian, ao mesmo tempo em que tenta quebrar sua barreira emocional.
"- Que diabo você está fazendo comigo? - diz ele baixinho, esfregando o nariz no meu pescoço. - Você me seduz completamente, Ana. Você faz uma mágica poderosa" (pág.332)
Motivo de muita polêmica e burburinho,
50 tons de cinza já chegou ao mercado literário com fama de pornô para mamães (odeio essa definição). Com 200 mil cópias vendidas em apenas três semanas, o livro é sucesso em todos os países, e no Brasil não foi diferente.
A trilogia surgiu de uma fanfic da saga Crepúsculo, só que sem vampiros e com apelo erótico.
A única semelhança entre Ana e Bella, é a virgindade (não por muito tempo) e o fato de ser tão estabanada e viver tropicando nos próprios pés. Já Christian em nada lembra o romântico vampiro Edward.
A narração é feita em primeira pessoa - por Anastacia - e possui um ritmo rápido e envolvente, embora o texto seja bem pobre, abusando de muitas palavras repetidas e metáforas. Eu cheguei a encontrar a palavra
enrubesço mais de 15 vezes em apenas 5 páginas.
Ana faz analogias muito engraçadas, e a sua reação ao descobrir o lado dominador de Christian, me renderam boas risadas. Suas descrições sobre sua "deusa interior" no início funcionaram, mas no final ficaram irritantes.
Toda sua castidade é desfeita ao conhecer as regras do contrato para se relacionar com Grey. Mas não pense você que ela aceita tudo numa boa. No começo ela estranha muito as "condições" que ele impõe para ambos se relacionarem, mas sua "deusa interior" vence a guerra, e acaba se entregando.
No início eu poderia jurar que a história teria um certo teor romântico, ainda mais pelo jeito com o qual o Sr. Grey olhava para Ana e parecia enfeitiçado por ela. Mas estamos falando de Christian Grey, o homem que não faz amor, e sim fode com força (vai se acostumando, porque o linguajar do livro é assim). O excesso de palavrão me incomodou muito. Definitivamente não quero um Sr. Grey pra mim.
A primeira cena de amor deles foi bem leve e divertida, porém as coisas se tornam mais sombrias quando ele a leva para o Quarto Vermelho da Dor. E com um pouquinho de imaginação, você já sabe o que encontrar pela frente: algemas, chicotes, e todos os apetrechos para a prática do sadomasoquismo.
Não entendo porque muitas pessoas se chocam neste momento, como se a prática do sadomasoquismo tivesse sido criada pela autora. Não existe nada de novidade ali. Talvez a prática não seja a "praia" do leitor. E da mesma forma que eu leio livros de violência e não pratico, li 50 tons com a mente aberta, e me diverti muito.
Há quem sinta prazer na prática, e não vou entrar no mérito do certo ou errado, mas aplaudo a atitude que a autora teve de se expor de tal maneira. No mínimo é preciso muita coragem e ousadia para criar cenas tão detalhadas, e mais coragem ainda para publicá-las. Talvez por isso o sucesso do livro tenha sido tão estrondoso (ou vai ver é porque o povo gosta mesmo é de sexo e não admite).
E. L. James merece meu respeito por ter quebrado muitos tabus pelo mundo, o que abriu a porta para outros romances eróticos engavetados na mesa de seus autores.
Voltando ao Sr. Grey, é justamente a sua personalidade e seus modos totalmente estranhos, que me levaram a ler o livro inteirinho em dois dias.
O homem é a virilidade em pessoa. Com seus 26 anos, me surpreendi com a rapidez com a qual ele ficava pronto para outra. Sem contar seu lado mágico, que fazia brotar camisinha em tudo que é lugar. Eu não desconfiaria se ele tirasse uma camisinha da geladeira.
O fato de gostar de dar umas palmadas em suas submissas, e se sentir o macho alfa, não faz de Grey um homem 100% misógino. Isso fica perceptível quando ele ataca de stalker e segue Ana em todos os lugares. Tarefa fácil quando se é bilionário, e possui um jatinho a sua disposição.Também tiveram vários momentos em que seu afeto por Ana aflorava, me fazendo esquecer um pouco o seu lado dominador.
Para quem nunca teve uma relação normal com as mulheres, aparecer de supetão em outra cidade, só porque a Ana enviou um e-mail dizendo querer que ele estivesse com ela, foi surpreendentemente fofo.
Dupla personalidade? bipolaridade? eu não sei dizer, mas afirmo que o homem é um verdadeiro enigma, daqueles que o leitor não quer perder uma página, a fim de desvendá-lo.
A dúvida que permanece (e me faz roer as unhas para ler os próximos livros) é sobre uma possível mudança de comportamento do Sr. Dominador. Porque ele tem a necessidade de se sentir no comando? Porque se incomoda tanto com a alimentação de Ana? Porque ele não deixa que Ana o toque? Que tipo de trauma ele sofreu na infância para agir dessa maneira?
Para descobrir terei que ler a continuação
Cinquenta tons mais escuros, que será lançada ainda este mês.
A obra já teve seus direitos de adaptação cinematográfica vendidos pela bagatela de 5 milhões. A atriz Shailene Woodley foi cogitada para o papel de Ana, assim como Emma Watson (prefiro a Shaielene).
No papel de Christian eu só consigo imaginar o ator Matt Bomer ou Henry Cavill. O filme não possui data de estréia prevista.
Resumindo, o livro não é para ser lido como se fosse mudar a sua vida. A história tem o intuito de entreter e nada mais. O ponto alto do livro foram as trocas de e-mails entre os dois. Eu me diverti muito.
Como fã de romances de banca com teor erótico (yeah, call me "safadjenha"), fico satisfeita com a repercussão, e na esperança que o preconceito contra este gênero diminua um pouco.
Se você procura uma história para se divertir e passar o tempo, super indico 50 tons de cinza.