[Resenha + Sorteio] Por lugares incríveis - Jennifer Niven

Livro: Por lugares incríveis
Autora: Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Número de páginas: 318
Classificação: 5/5 (favorito)

Minha Opinião:

Jennifer é autora de quatro romances para adultos, três livros de não-ficção, e um livro de memórias sobre suas experiências no ensino médio.

Eu queria ter feito essa resenha há dois meses, quando terminei de ler o livro. Só que se tornou impossível expressar naquele momento a avalanche de sentimentos que a leitura me proporcionou. Nem precisava citar - pois você já deve ter imaginado -, mas este livro me deixou em uma ressaca literária gigantesca, e da qual eu ainda não sai direito.
Com a emoção menos abalada, vou tentar falar um pouco do livro que foi minha melhor leitura do ano (eu sei que nem chegamos no meio do ano, mas dificilmente outro livro vai mexer tanto comigo como este).

Theodore Finch e Violet Markey não sabem nada sobre um do outro, quando coincidentemente vão parar no topo da torre do sino da escola na mesma hora.  Eles não poderiam ser mais diferentes. Violet é popular e tem um namorado lindo, porém o que ninguém sabe é que ela nunca superou a morte da irmã, vivendo constantemente com a culpa. Theodore, conhecido como "aberração", lida com períodos de depressão, um pai violento, e o silêncio de sua família.
Ambos possuem um sentimento em comum: a vontade de dar fim ao sofrimento que sentem. Porém, Theodore acaba salvando Violet quando ela escorrega no parapeito
Quando os dois fazem dupla para um trabalho de geografia, que tem como objetivo visitar os lugares incríveis do estado onde moram, uma amizade começa a nascer entre eles, e também o desejo de viver.

"(...)E se a vida pudesse ser assim? Só as partes felizes, nada das horríveis, nem mesmo as minimamente desagradáveis. E se a gente pudesse simplesmente cortar o ruim e ficar só com o bom? É isso que quero fazer com Violet - dar a ela só o bom, manter o ruim longe, para que o bom seja sempre tudo o que temos à nossa volta."

Quando eu soube que esse livro abordava o tema suicídio, tudo o que eu pude fazer é separar uma caixinha de lenços, pois eu sabia que ela certamente seria necessária. E foi.
A experiência da autora, que perdeu o bisavô e um namorado para o suicídio, enriqueceu emocionalmente sua obra. Mesmo que muitos julguem os suicidas, e os rotulem, o livro gera uma reflexão muito válida sobre um assunto. Basta ver as estatísticas da Organização Mundial da Saúde, onde o suicídio mata 1 pessoa a cada 40 segundos no mundo. Este é um assunto que precisa ser debatido e alertado.
Mas calma, a forma como a autora vai delineando seu enredo não é de todo modo mórbida. Isso porque apesar de toda tristeza dos personagens, temos também muitas passagens divertidas, cortesia do humor auto-depreciativo de Theodore.

"Amo: o jeito que os olhos dela brilham quando conversamos ou quando ela me conta alguma coisa, o jeito que ela fala as palavras pra si mesma quando lê concentrada, o jeito como olha pra mim como se só eu existisse, como se visse através da carne e dos ossos e de tudo que não importa e enxergasse só o eu que está ali, aquele que nem eu mesmo vejo."

Narrado em capítulos alternados - um recurso muito bem empregado pela autora - vamos conhecendo as angústias, medos, fantasmas, dos protagonistas. Não é muito difícil se afeiçoar a eles. Na realidade, é muito fácil amá-los.
Theodore e Violet acabam por ser a âncora um do outro, e a paixão que surge entre eles foi muito bem explorada.
A narrativa e os diálogos são muito inteligentes. O clima melancólico e triste prevalece na maior parte do livro (vide as muitas citações de Virginia Woolf, feitas por Theodore). Um dos estranhos hábitos dele, era pesquisar diferentes formas de suicídio, ou fala de pessoas famosas que se suicidaram.
Por mais que eu quisesse me manter distante emocionalmente dos personagens (por saber que iria sofrer no desfecho), isso não me eximiu de querer gritar e sacudir Theodore por suas escolhas.
Os personagens secundários também foram brilhantemente inseridos no contexto. Lendo alguns artigos sobre suicídio, é fácil observar que muitos familiares não fazem ideia de que o parente está em depressão, ou tem alguma desordem que o leve a querer cometer o suicídio.

Esse livro mexeu comigo de diversas formas e jeitos. Não de uma forma totalmente deprimente, mas também de uma forma em que sempre vou pensar com carinho nos personagens, e em suas lições de vida.
Honestamente, vai ser difícil me recuperar da montanha russa de sentimentos que me preencheram durante a leitura.
A edição da Editora Seguinte está impecável. Folhas amareladas, fonte confortável para leitura, e uma capa adaptada muito bonita.
E o melhor é que o livro irá ganhar uma adaptação para as telonas, com  Elle Fanning no papel de Violet.

Para dividir a melancolia pós-leitura em que me encontro (e olha que já tem dois meses que li o livro, e ainda não consegui esquecer uma vírgula dele), vou fazer um sorteio do livro. Yayyy. As regras são as de sempre. Boa sorte:

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