[Resenha] Cidade Sombria - Catherine Fisher

Livro: A Cidade Sombria
Série: O Mestre das Relíquias - livro #1
Autora: Catherine Fisher
Editora: Bertrand
Número de páginas: 330

Classificação: 3,5/ 5
 Sinopse: A única esperança para Anara, um mundo às portas da total devastação, reside em um mestre, seu aprendiz e nas antigas e ilegais relíquias com poderes misteriosos que eles colecionam. Ao saírem à procura de uma relíquia secreta com grande poder escondida há séculos, Raffi e Galen serão caçados, espionados e testados além dos seus limites, pois existem monstros — alguns deles humanos, outros não — que também desejam o poder desta relíquia até consegui-la.

Minha Opinião:
" A fé é uma árvore estranha. Plante as sementes em algum lugar e, um dia, com as condições propícias, ela irá germinar." (pág. 329)
Recebi a prova antecipada do livro que será lançado em agosto, e não fazia ideia do que se tratava. Lembrava vagamente do nome da autora, por causa de suas outras obras: Incarceron, Sapphique, e Círculo Negro, sendo este último lançado pela Editora Bertrand. Tive que copiar a sinopse oficial, porque se eu for tentar explicar com as minhas palavras um pouco do enredo, essa resenha vai acabar só amanha :P
Pra começar devo dizer que sou fã de fantasia, e a Catherine é uma "gênia" do gênero. O livro é narrado em terceira pessoa, contendo partes de um diário narrado em primeira pessoa, por Carys.

O que mais me prendeu a atenção durante minha leitura, foi a ambientação desse novo mundo criado por Fisher. Nada melhor do que ler algo tão original, e rico em detalhes.
Uma das grandes vantagens da narração em terceira pessoa foi o texto ágil e direto, sem tempo para introduções ou grandes explicações enfadonhas. No começo foi um pouco complicado assimilar o vocabulário diferenciado, mas conforme fui avançando na leitura me acostumei com os novos termos.
Uma sacada genial foi introduzir epígrafes no início de cada capítulo. Além de corroborar para que o leitor acreditasse em cada particularidade deste novo universo, também conseguiu situar as crenças de alguns personagens que serão apresentados ao longo da obra.
A dicotomia da obra também é notável. De um lado temos os Criadores que acreditam em magia, e no poder das relíquias, e no outro estão os céticos Vigias que repudiam a magia. Temos o avanço técnológico das relíquias, aliado ao poder dos feitiços e magias. Notei traços bem sutis de uma distopia, já que os membros da Ordem tiveram sua cidade - Tasceron - destruída, e são caçados pelos Vigias, para serem extintos.

As personagens e a ambiguidade utilizada para retratar suas personalidades, foram o fator que mais me chamou atenção. Temos Galen o mestre corajoso, taciturno e que praticamente enfrenta uma missão suicida para reaver seus poderes. Galen é um verdadeiro enigma. Será que sua motivação é verdadeira? Devo torcer por ele ou contra? O mesmo se aplica a Carys, a vigia que se infiltra no grupo, e que eu deveria odiar por causa das mentiras contadas, mas sabe quando a autora resolve brincar com o leitor, lançando uma nuvem de desconfiança? Fisher é mestra nesse joguinho. Raffi foi o único personagem a quem me afeiçoei logo de cara. Sua devoção a Galen é motivadora. Se tem um personagem que vai crescer e muito nos próximos livros, aposto que será ele.
Não posso deixar de citar os Sekoi, curiosas criaturas que tem o poder de contar histórias e engabelar qualquer um, e que adoram roubar ouro. Quando li a descrição de como eles eram, só me vinha a cabeça o filme Avatar. 

Para um livro introdutório, Cidade Sombria cumpre seu papel de lançar o leitor em uma fantasia com um visual de tirar o fôlego, e nos envolve pouco a pouco nos muitos segredos que ainda serão revelados. O próximo livro da série, entitulado como A Herdeira Perdida, ainda não possui data de lançamento no Brasil.
Mesmo tendo recebido a prova antecipada, não notei nenhum erro de revisão, e isso é sempre um bom colírio para os olhos. A princípio a capa não me despertava muito a atenção, mas agora tendo lido a história, não tinha como ser outra. Ela representa perfeitamente o aspecto sombrio da obra. Leitura mais do que recomendada.

[Sorteio] O Cavaleiro Fantasma


 Olá leitores. Hoje trago o sorteio de um livro muito viciante e gostoso de ler. O Cavaleiro Fantasma é uma aventura infantojuvenil que está entre os meus favoritos, e pretendo reler em breve. E em parceria com a Editora Seguinte, vou sortear um exemplar. Yeah \o
Basta ter endereço no "Braséu", curtir a página do blog no facebook, e sijogar no formulário e chances extras. Boa sorte.


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[Resenha] O Projeto Rosie - Graeme Simsion

Livro: O Projeto Rosie
Autor: Graeme Simsion
Editora: Record
Número de páginas:
Classificação: 5/5 (favorito)

Minha Opinião:
- Don, posso lhe perguntar uma coisa?
- Uma pergunta.
- Você me acha atraente?
- Na verdade não prestei atenção – respondi para a mulher mais linda do mundo. (Pág. 167)
O Projeto Rosie é o livro de estreia do australiano Graeme Simsion, que teve os direitos vendidos para mais de 30 países, entre eles EUA, Grã-Bretanha, Espanha, Japão, Dinamarca, Itália e Canadá, e vai se tornar filme, com produção da Sony Pictures.


Don Tillman está prestes a completar 40 anos e ainda não encontrou uma esposa. Graças a sua inabilidade social, seus encontros sempre resultaram em um verdadeiro desastre. Para resolver este problema, Don tem a brilhante ideia de montar um questionário super elaborado que começa com perguntas triviais, como se a candidata fuma ou bebe, e envereda para perguntas mais diretas e complexas, como qual o tipo de sorvete que a candidata prefere, ou qual é o nível de conhecimento em relação a matemática, aumentando assim sua chance de achar uma mulher compatível. O Projeto Esposa - como é denominado - recebe várias respostas, porém, por culpa de alguma incompatibilidade os encontros sempre fracassam. Don decide então mudar a abordagem, e seguir os conselhos de seu amigo Gene, de ir direto ao ponto. Assim que Rosie surge em sua sala, ele logo a convida para um jantar. O que ele não poderia imaginar é que Rosie é completamente imcompatível.

Eu não sabia o que esperar do livro, mas já gostei quando vi que seria narrado em primeira pessoa por um homem, o que sempre me deixa empolgada para conhecer como funciona a mente masculina quando o assunto é amor. Me apaixonei perdidamente por Don <3
O começo já revela o quão peculiar nosso protagonista é. Metódico ao extremo, Don segue todo um ritual para realizar suas tarefas, que inclui um cardápio semanal e programações cronometradas, tudo isso visando a otimização de seu tempo.
Eu me acostumei fácil com o jeito singular de Don, e com sua curiosa análise do IMC (índice de massa corporal) das pessoas, o que me rendeu altas gargalhadas pela madrugada. 

Quero deixar claro que eu adoro romances açucarados, daqueles bem melosos com declarações a todos os instantes, apelidos bobos, e clichês, mas não senti falta disso. Aqui o foco é a comédia, sem deixar de ser altamente viciante e apaixonante.
Vale ressaltar que Don não sabe lidar com suas emoções, e antes que me perguntem se ele é um personagem frio, eu respondo que ele apenas possui uma inabilidade enorme em expressar os seus sentimentos, o que torna todo seu esforço para conquistar Rosie ainda mais fofo! Sério, no final do livro eu me derreti completamente por ele e me afundei em uma ressaca literária imensa pós-Don (não vai existir personagem tão perfeito...snif).
O relacionamento entre Don e Rosie foge de todos os clichês, e por esse motivo é tão cativante. A saga para conseguir as amostras de DNA, com o objetivo de encontrar o verdadeiro pai de Rosie, rendem cenas hilárias.
Mesmo com todas as cenas engraçadas, o autor ainda adicionou um toque emocionante a premissa. Me identifiquei muito com Don e sua luta em tentar se encaixar na sociedade. Não fica claro que o personagem tenha algum problema, embora ele possua algumas características de portadores da Síndrome de Asperger.
De todas as capas, a brasileira é a mais atrativa e condizente com a história. Só de olhar para os elementos dispostos nela (bicicleta, lagosta, microscópio), já me pego sorrindo feito uma boba pensando no Don.

Trazendo um casal nada convencional, e uma análise extremamente sensível sobre como os opostos verdadeiramente se atraem, O Projeto Rosie é um livro para ser lido, apreciado e relido. Sem dúvida uma das minhas melhores leituras do ano, que certamente irei reler em breve.
Se você tiver a curiosidade de saber se é compatível com Don, tem um questionário muito legal na página do Grupo Editorial Record, que revela seu grau de compatibilidade. Eu fiz e advinhem a surpresa?? Sou completamente incompatível hahahaha.

#Tag Meu Marido Literário


Dando continuidade as tags interessantes que vejo por aí, hoje é dia de responder a tag do Meu Marido Literário, que recebi do blog  Razão e Resenha, da minha amiga Vivi. Vamos as respostas:

1. Que características faz que um personagem entre em sua lista de "Maridos"? 
Tem que ser bonito (óbvio), sarcástico, inteligente, ser mandão na medida certa, bad boy, carinhoso mas com aquela pegada, romântico e bilionário (brincadeirinha, mas se for, melhor ainda rs). 

2. O que menos te atrai em um personagem? 
Complexo de inferioridade (já basta eu), e se achar o gostosão pegador de mulheres.
 
3. Quem é seu atual marido literário? 
Four *_*

[Resenha] A menina que fazia nevar - Grace MacCleen

Livro: A menina que fazia nevar
Autora: Grace MacCleen
Editora: Paralela
Número de páginas: 312
Classificação: 3,5/5

Minha Opinião:
" Eu sei como é a fé. O mundo no meu quarto é feito dela. Com fé bordei as nuvens. Com fé recortei a lua e as estrelas. Com fé colei tudo junto e fiz todas essas coisas cantarolando. Porque a fé é igual à imaginação. Ela vê uma coisa onde não há nada, dá um salto e de repente você está voando."
A menina que fazia nevar é o romance de estreia de Grace MacCleen, que estudou literatura inglesa em Oxford e hoje vive em Londres onde se dedica integralmente à escrita e à música.

 Judith McPherson acredita piamente que o Armagedon está próximo e possui uma fé motivadora. Criada apenas pelo pai, já que sua mãe morreu em decorrência de problemas no parto, a menina de 10 anos é muito solitária, e praticamente não tem amigos. Tudo piora quando recebe uma ameaça de Neil, um menino de sua escola. Seu passatempo é brincar com uma maquete da "Terra Gloriosa", que ela própria construiu com algumas sucatas recolhidas na rua.
Amedrontada com a possibilidade de morrer devido a ameça de ter a cabeça enfiada na privada - feita por Neil - e se apegando a crença de que com fé ela poderia realizar qualquer coisa, Judith faz nevar sobre sua maquete com espuma de barbear. Mas ela não poderia imaginar que no dia seguinte também amanheceria nevando sobre sua cidade.
Após este episódio, a menina passa a acreditar ter certos "poderes", mas vai descobrir que para realizar certos "milagres" é preciso arcar com as suas consequências.
 
Geralmente não leio livros que trazem temática religiosa, desde a leitura de A Cabana, livro que foi minha maior decepção ever (me julguem). Sou cristã protestante e é difícil deixar minhas crenças de lado, para extrair a mensagem que a autora quer passar. Assim que soube do lançamento do livro decidi dar uma chance, já que este trazia uma protagonista criança, e tinha uma pegada mais infantojuvenil. No início eu até cheguei a abandonar a leitura, achando que não me envolveria com o enredo, but liguei o botão turn off religioso, e não me arrependi.

A obra é repleta de metáforas, parábolas e versículos que nos ambientam na fé da jovem protagonista. Apesar da autora utilizar uma delicadeza e leveza para tratar de assuntos como bullying, religião, e até mesmo o fanatismo religioso, eu não consegui me adaptar com os adjetivos religiosos, como o modo com o qual ela se referia a sua cidade como "antro de iniquidades". Mas devido a criação dela foi completamente compreensível encontrar este vocabulário diferenciado.
No mais, a narrativa não deixa a desejar, nos passando a ideia exata de uma criança atemorizada, que não possui outro apoio a não ser a professora, já que até a relação com o pai era bastante complicada. Devo dizer que Grace foi muito feliz deixando uma crítica implícita aqui: o modo como o pai negligenciava a filha, e também a forma como o fanatismo afetou a vida deles...tá ok, eu prometi que não faria análise religiosa.

Os capítulos são bem curtinhos, e aos poucos a gente vai se familiarizando com o modo que Judith pensa, e passa a se envolver com os "milagres" que ela realiza. O teor religioso é bem comedido, não passa aquela ideia de que a autora quer na verdade "evangelizar" o leitor, e isso foi o que eu mais gostei. Infelizmente me decepcionei um pouco com o desfecho, que ficou em aberto. Grace poderia ter sido mais cuidadosa na hora de explicar alguns eventos, mas ainda assim foi uma experiência muito agradável.
A menina que fazia nevar traz uma história de fé, ação e reação e o poder das nossas escolhas. Um livro muito delicado que utiliza de uma sensibilidade sem tamanho para nos mostrar o poder da nossa fé.
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