Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 283
Classificação: 5/5 (favorito)
Comprar: Saraiva
Minha Opinião:
Hazel Grace recebeu o diagnóstico do câncer de tireoide com metástase nos pulmões aos 13 anos, e aos 16 ainda é considerada uma paciente terminal - mesmo que seu tumor tenha encolhido, graças ao remédio Falanxifor.
Seguindo a recomendação de sua mãe e seu médico - ambos afirmando que ela sofria de depressão - ela decide frequentar o Grupo de Apoio a Crianças com Câncer.
As reuniões - descritas como "megadeprimentes" pela própria Hazel - começam a ficar interessantes, quando um lindo garoto aparece. Augustus Waters tem osteossarcoma, sem sinal de atividade há mais de um ano.
" - Vai chegar um dia - eu disse - em que todos vamos estar mortos (...). Tudo o que fizemos, construímos, escrevemos, pensamos e descobrimos vai ser esquecido. (pág. 19)
" A dor precisa ser sentida" (pág.58)
" - Eu sou tipo. Tipo. Sou tipo uma granada, mãe. Eu sou uma granada e, em algum momento, vou explodir, e gostaria de diminuir a quantidade de vítimas, tá?" (pág. 95)
" Existe uma quantidade infinita de números entre o 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Queria mais números do que provavelmente vou ter." (pág. 235)Quem é você, Alasca?, foi o primeiro livro do autor que eu li, e se tornou uma das leituras mais marcantes do ano de 2011. A culpa é das estrelas conseguiu superar todas as minhas expectativas, que já eram enormes por conta de toda a divulgação em torno do livro.
Meu conselho para os leitores que irão ler algum dos dois livros é: prepare-se, porque certamente John Green te fará chorar.
Como todos já sabem, esta é uma história que fala sobre o câncer, e falar sobre uma doença devastadora não é tarefa simples. O autor precisa ter bastante tato para abordar o assunto, sem tornar a história demasiadamente melancólica. Green consegue fazer isso com maestria.
O livro é narrado em primeira pessoa, por Hazel. Embora seja uma paciente terminal, em nenhum momento seu discurso beira a autopiedade. Ela não faz o gênero "coitadinha", muito pelo contrário, tudo que Hazel quer é ser vista como uma adolescente comum, e não como uma vítima do câncer, digna de pena. Sua força é sua característica mais notável.
Por fora ela é uma adolescente comum - exceto pelo cilindro de oxigênio que precisa carregar para todos os lados, auxiliando na respiração, já que seus pulmões não realizam esse trabalho perfeitamente - que faz piadinhas, assiste as suas séries preferidas e possue um livro preferido.
Gostei da maneira como ela lida bem, até demais, com a sua doença. Hazel é uma excelente narradora. Impossível não se identificar com a passagem em que Hazel deseja descobrir o final de seu livro preferido, que acaba em aberto.
Assim que conhece Augustus, ambos compartilham a paixão pelo livro Uma Aflição Imperial.
Gus é sarcástico sem ser irritante, inteligente sem ser pretensioso, e extremamente conquistador. Ele visita o Grupo para acompanhar seu amigo Isaac, já que seu câncer está em remissão.
O romance dos dois é cercado de uma doçura sem igual, totalmente diferente do que encontrei no livro Quem é você, Alasca?
Por abordar o câncer dos personagens, é óbvio que tem passagens que me emocionaram muito e me fizeram chorar compulsivamente. John Green achou o tom certo em seu romance: triste, belo, comovente, porém, sem ser depressivo.
Diferente de outros leitores que gostariam de guardar a história para si, meu desejo no final da leitura era comprar um exemplar e sair distribuindo para todas as pessoas. Esse é o típico livro, que dá vontade de compartilhar com o mundo inteiro.
Por fim deixo um dos quotes preferidos:
"Estou em guerra contra o quê? O meu câncer. E o que é o meu câncer? Meu câncer sou eu. Eles são feitos de mim tanto quanto meu cérebro e meu coração são feitos de mim. É uma guerra civil, Hazel Grace, a gente já sabe quem vai vencer."