Autora: Rachel Hartman
Editora: Jangada
Número de páginas:
Classificação: 3,5/5
Minha Opinião:
Eu tinha muitas reservas quanto a ler este livro. Confesso que pensei que a obra estreiante de Rachel Hartman, fosse acabar literalmente com todo o amor que eu sinto pelos dragões, meus seres mitológicos preferidos. Mas para a minha surpresa, eu me encantei com a história do início ao fim, e nada me deixa mais exultante em ter a oportunidade de ler uma trama tão original, complexa, e repleta de personagens cativantes.
"Antes que eu me vá.Seraphina Dombegh tenta a todo custo manter-se imperceptível por onde passa, já que sua verdadeira condição não pode ser revelada.
Um vislumbre, minha pérola real,
um sorriso basta para me sustentar,
Conceda-me isso,
Ou tire a minha vida e faça-a sua:
Eu lutaria cem mil guerras
Apenas por um beijo seu"
(pág. 357)
Após o Tratado de Comonot, que mantém dragões e humanos convivendo pacificamente - ou pelo menos eles pensam que seja assim -, os Saarantrai (dragões em sua forma humana) tem permissão para viver livremente no reino de Goredd. No entanto, essa convivência pacífica é ameaçada pela morte do princípe Rufus, que a maioria dos humanos acreditam que o responsável pelo assassinato seja um dragão.
Seraphina é contratada como assistente do músico Viridius, designada a dar aulas a princesa Glisselda. Vivendo no palácio, sua perspicácia e opiniões sobre os dragões, chamam a atenção da princesa e de seu noivo Lucian, e juntos eles irão investigar a morte do príncipe.
Primeiramente esqueça tudo o que você pensa ou sabe sobre os dragões. Rachel criou um conceito totalmente diferente e instigante sobre essas maravilhosas criaturas, porém, sem descaracterizá-los. Eles continuam sendo seres imponentes, mas com características bem definidas que os diferem, como a falta de "cordialidade". Com a possibilidade de assumir a forma humana, podemos visualizar uma outra faceta desses seres. Nunca pensei que dragões pudessem ser tão engraçados. Resumindo: se você gosta ou não de dragões, vai se sentir fisgado imediatamente pelo enredo.
A nossa protagonista também é bem diferente das mocinhas comumente encontradas nos livros de fantasia. Com um ouvido apurado para a música, e autoditada em vários instrumentos, é fácil mergulhar na mente de Seraphina. A narração em primeira pessoa possibilita uma aproximação maior com os conflitos vividos por Phina, e também pelos mistérios que rondam a segunda parte do livro.
Confesso que demorei a pegar o ritmo da leitura, já que no início temos a inserção de um vocabulário totalmente novo criado por Rachel, mas com algumas espiadinhas no glossário para saber o significado, rapidamente entrei no clima medieval da obra e me familiarizei com as palavras novas. Algumas partes também soaram extramente longas e desnecessárias, e senti um certo enrolation para chegar nas conclusões realmente importantes, e por isso o livro perdeu algumas estrelinhas na classificação. Mas isso não tira o brilho e a originalidade da obra.
O romance é algo bem sutil e pouco explorado, mas me agradou do mesmo modo. Lucian é - pausa para o suspiro - muito fofo. O mistério é torturante, e garanto que você irá se surpreender, assim como eu, com o rumo da história.
A parte gráfica está de parabéns. Não achei nenhum erro ortográfico. O desenho da capa que eu achava esquisitinha olhando pelo skoob, não faz jus ao livro em mãos. A capa é lindíssima, e as letras do título possui um brilho dourado, o que torna a torna ainda mais atrativa. Super recomendado.