Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 304
Classificação: 3,5/5
Minha Opinião:
"Se pudessem me ver do jeito que eu me vejo, se pudessem viver nos meus pensamentos, será que alguém, qualquer pessoa, me amaria?"Colin já levou 19 foras, todos de meninas chamadas Katherine. Para desafogar as mágoas do recente término com a décima nona Katherine de sua vida, ele aceita o convite de seu amigo Hassan, para irem viajar de carro. Chegando na pequena cidade de Gutshot, o ex garoto prodígio tem o seu momento eureca, quando surge a ideia de criar um teorema que irá prever se um relacionamento tem a chance de dar certo antes mesmo das duas pessoas se conhecerem.
John Green é um verdadeiro fenômeno entre os jovens. Seu vlogger - conhecido como VlogBrother - que é feito em parceria com seu irmão Hank Green, possui mais de 1 milhão de inscritos no Youtube. Sua notável influência entre os jovens se deve ao sucesso de seus livros, sendo O Teorema Katherine (OTK) o último lançado no Brasil.
Eu conheci o autor através do livro Quem é você, Alasca?, que é o meu preferido dele. Após ter lido e amado o estilo de escrita de Green em A culpa é das estrelas (ACEDE), foi impossível não criar uma certa, e até alta expectativa. Para quem já leu outras obras do autor, é preciso ter em mente que a proposta de OTK é bem diferente dos outros livros. Foi uma leitura agradável e divertida, mas ainda assim deixou a desejar em alguns aspectos.
A narração é em terceira pessoa, e apesar de não curtir muito este estilo, achei que funcionou perfeitamente.
O protagonista Colin possui muito em comum com August, personagem do livro ACEDE. Ambos desejam fazer algo importante. O discurso de querer ser importante funcionou no caso de August, porém, com Colin achei extremamente entediante em alguns momentos.
Se lidar com uma garota sofrendo com um fora já é meio boring, que dirá um garoto chorando por causa de 19 pés na bunda. Mas aí é que os personagens secundários entram na história, e salvam tudo. Eu fiquei completamente apaixonada por Hassan, amigo de Colin. Se Colin era chorão, e vivia reclamando sobre o fato de não ter se tornado um gênio na idade adulta - o que era esperado, já que ele foi uma criança prodígio -, Hassan vivia fazendo piada de tudo, inclusive de suas gordurinhas a mais. Ao lado de Hassan, Colin soava como um personagem totalmente cool, o que fez a fórmula do humor funcionar completamente.
O enredo foi bem previsível, ainda assim foi gostoso ler as aventuras de Colin e Hassan em uma cidade pequena onde todo mundo conhece todo mundo. Amei a linguagem coloquial que foi utilizada pelos moradores, pois isso passou exatamente o "clima" aconchegante de uma cidadezinha do interior.
Se você não gosta de matemática (just like me), não se preocupe. Preciso alertá-lo que grande parte do enredo envolve matemática e a criação do teorema, mas John tem o dom de fazer até a matemática ficar divertida e interessante. Repleto de gráficos e equações, não é preciso ser um gênio para entender cada detalhe (mas se você for um entusiasta em matemática, ou quem sabe um gênio, irá amar o apêndice onde um matemático de verdade destrincha todas as fórmulas utilizadas).
Destaco também as notas de rodapé, que eram repletas de informações pertinentes e very funny.
Tiveram cenas muito engraçadas, que me fizeram engasgar de tanto rir, e apesar da insistência de Colin no lance de "ser importante", OTK foi uma experiência de leitura bem interessante, por mostrar uma outra faceta de John: o dom de fazer rir, embora eu tenha achado que em certas ocasiões o humor ficou meio forçado.
Apesar de ter gostado muito do livro, não me senti emocionalmente envolvida com os personagens, bem diferente do que aconteceu nas minhas leituras anteriores, especialmente em Quem é você, Alasca?, e por este motivo ele não atendeu as minhas expectativas.
Para quem é fã do autor, e quem está louco para conhecer o estilo de John Green, O Teorema Katherine é fugging (quem leu irá entender) recomendado.