[Resenha] Fama e Loucura - Neil Strauss

Livro: Fama e Loucura
Autor: Neil Strauss
Editora: Best Seller
Número de páginas: 532
Classificação: 5/5
Sinopse: Em Fama e Loucura, Neil Strauss (que já trabalhou por mais de vinte anos em algumas das maiores publicações do mundo — como o jornal The New York Times e a revista Rolling Stone) revela 228 entrevistas com alguns dos maiores nomes da música, do cinema e da TV que nunca chegaram a ser publicadas, mostrando os momentos mais insanos e as experiências mais incomuns que já teve com pessoas famosas. Acompanhe as aventuras do autor, enquanto ele bebe com Bruce Springsteen, janta com Gwen Stefani, entra na mesma banheira que Marilyn Manson, fala sobre fama com David Bowie e muito mais.  



Minha Opinião:

Fama e Loucura reúne entrevistas com diversos artistas, que nunca foram publicadas por não atenderem os "padrões" dos grandes veículos da mídia na época em que foram realizadas. Em suma: temos trechos censurados, que revelam a verdadeira essência desses artistas.
Neil Strauss se autointitula ex-escravo do The New York Times , e trabalhou por vinte anos como crítico musical. Em seu preâmbulo nos dá um gostinho do que vem a seguir: "Atirei com Ludacris, fui sequestrado por Courtney Love, fiz Lady Gaga chorar, comprei Pampers com Snoop Dogg, saí para beber com Bruce Springsteen, tentei impedir o Mötley Crue de ser preso, recebi lições sobre cientologia de Tom Cruise, andei de helicóptero com Madonna, aprendi a ler mentes com a CIA, entrei em uma hidromassagem com Marylin Manson, fui repreendido por Prince e coloquei Christina Aguilera pra dormir. Esse é o meu trabalho."

Eu simplesmente amei esse livro. Quem não gostaria de ver diversos de suas celeridades preferidas em momentos constrangedores, sinceros, e reveladores?
O início foi um pouco confuso, já que o livro é dividido em atos, e as entrevistas e entrevistados são intercalados por assuntos. Contudo, conforme a leitura foi avançando, pude compreender a estrutura, e o caos passou a fazer sentido. Strauss é genial. Certamente todo o clima de uma apresentação teatral, com a divisão em atos, cenas - com direito ao fechar de cortinas -, trouxeram um ar dramático à narrativa.

Aqui observamos os artistas sem qualquer filtro, ou máscara, em momentos inusitados e surpreendentes, que revelam em muitas das vezes um lado desconhecido por nós. Tem tanta entrevista surpreendente, que eu poderia ficar citando por horas minhas partes favoritas. Destaco a de Christina Aguilera revirando os olhos para a afirmação de que Britney Spears prometeu manter a virgindade até o casamento, e respondeu ao ser perguntada se isso a incomodava: Ela não é virgem; Justin Timberlake revelando que sua banda favorita é o Coldplay <3; Marylin Manson contando que coleciona próteses de madeira, e que tem um fetiche por elas (eu sabia que ele era estranho, mas não imaginava o quanto rs). Mas a entrevista que mais me marcou, foi o Hugh Hefner falando que sofreu rejeição na época do ensino médio, e foi criado em um lar opressivo (Para quem pensava que ele é só um velhinho tarado usuário de viagra, pude perceber que ele é um velhinho tarado com coração rs).
"Então, para você, começou por ter sido criado em um lar sem afeição?HFENER: Sim, embora em certo momento minha mãe tenha dito que sentia muito e que ela também fora criada em um lar muito opressivo, de forma que não tinha conseguido demonstrar afeição. E eu disse a ela: "Mãe, qualquer ato seu que talvez não tenha sido ideal foi uma benção. Me motivou a criar o mundo que criei e realizar o que realizei."
Então, às vezes, é a areia na ostra que cria a pérola. Tem que haver certa irritação. Você precisa de certa repressão ou um pouco de conflito. E minha vida teria sido menos satisfatória se eu não tivesse isso." (pág.231)
Uma entrevista me irritou profundamente, que foi a do The Game, que queria justificar ter vendido crack, com a frase: "Se eu não estivesse na esquina, e sim em uma faculdade jogando basquete, haveria outro cara na esquina vendendo crack. Eu tinha que fazer o que era preciso para sobreviver. Qualquer um faria o mesmo" (pág. 302). Se a moda pega.
O livro serviu para reafirmar ainda mais meu amor por Bon Jovi e Gwen Stefani, que foram os artistas mais coerentes, e com uma conduta exemplar, que me fez admirá-los ainda mais.

Se você pensa que a obra é apenas um compilado de cultura inútil, irá se surpreender com o epílogo, onde Neil fala sobre os aspectos da morte trágica e solitária do crítico de música Paul Nelson, e ainda arremata com considerações emocionantes acerca de quão passageira é a fama. Strauss conseguiu me deixar arrepiada.
A edição gráfica está perfeita. Esse foi o primeiro livro da BestSeller que li, e me surpreendi com a qualidade da diagramação. Tem várias ilustrações, e páginas pretas diferenciando os diferentes atos.
No final temos uma espécie de guia ilustrativo dos artistas.









5 comentários:

  1. Oi Jac,
    Certamente ia curtir esse livro.
    Sempre rio do humor nada paciente da Aguilera haha e o Tom Cruise às vezes parece que não é desse mundo, mas ok haha

    bjs
    Nana - Obsession Valley

    ResponderExcluir
  2. Oi Jacque
    Que livro interessante, não conhecia, gostei.

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Oie Jacque =)

    Não conhecia esse livro, mas apesar de não ser muito meu estilo ele parece ser um livro bem interessante em especial por retratar o lado menos "glamouroso", das estrelas.

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary


    ResponderExcluir
  4. Oi!!! Eu gosto de livros assim. Esse eu nunca tinha visto. Mas eu queria ler!! E como ele é lindo por dentro!!

    Beijos
    Nati

    www.meninadelivro.com.br

    ResponderExcluir
  5. Eu esperava mais desse livro.
    Mas, ainda assim, é um ótimo livro para quem se interessa por artistas musicais.
    Para mim a melhor entrevista é do sincero mas nada modesto Noel Gallagher.

    ResponderExcluir

Fique a vontade para comentar.Será muito bom saber o que você pensa...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...