[Resenha] Drinques para três - Madeleine Wickham

Livro: Drinques para três
Autora: Madeleine Wickham
Editora: Record
Número de páginas: 351
Classificação: 4/5

Minha Opinião:

Madeleine Wickham, mais conhecida por ser pseudônimo Sophie Kinsella, é escritora e ex-jornalista de economia. Dela, a Editora Record já publicou Quem vai dormir com quem?, Louca para casar, A lua de mel, entre outros títulos.

Eu sou fã declarada dos livros da autora como Sophie Kinsella. Tem algo de tão mágico em sua narrativa, capaz de me tirar do mais alto grau de ressaca literária. Ainda não tinha lido nada da autora como ela mesma, e acho que o motivo era receio de encontrar um drama morno e mais maduro. Em partes eu estava totalmente certa. Como Madeleine, não temos aquele traço característico de chick-lit, e diria que a trama mais madura e adulta também teve seus encantos.

A trama centra-se na vida de três amigas que trabalham na mesma revista, e seguem um ritual de se encontrarem em um bar no primeiro dia de cada mês. Apesar de conversarem sobre tudo, elas guardam alguns segredos umas das outras. O trio vive fases completamente diferentes da vida. Roxanne mantém há anos um relacionamento com um homem casado, Maggie está prestes a ser mãe, e Candice resolve corrigir os erros do passado. Só que ao tentar ajudar Heather, uma ex-amiga de infância, ela não imagina que pode colocar tudo a perder com Roxanne e Maggie.
"Já frequentavam o bar havia muito tempo; compartilharam muitos segredos entre as inconfundíveis taças congeladas de martíni. Qualquer outro lugar iria parecer estranho. Todo dia primeiro de cada mês, o rumo era o Manhattan Bar." (pág.8)
Drinques para três é narrado em terceira pessoa, e possui um ritmo acelerado de contar os fatos. A apresentação das personagens é o ponto alto da trama, já que memórias são reveladas aqui e ali, e em poucas páginas e descrições o leitor já se sente familiarizado com o núcleo de protagonistas.
Esqueça as personagens maluquinhas, e atrapalhadas de Sophie Kinsella. Aqui as protagonistas são mulheres bem resolvidas, que já tem uma carreira de sucesso, ainda que a vida amorosa não esteja 100% para duas delas.

O estopim que Madeleine utiliza para conectar as personagens é o passado de Candice, que resolve arrumar um emprego para Heather na revista onde trabalha, como uma forma de compensar a picaretagem que o pai aprontou com o pai da ex-amiga. A premissa não traz nada de elaborado, e foi justamente nisso que o livro me ganhou.
A abordagem madura da autora me convenceu. O humor é praticamente inexistente, já que o foco maior se concentra nos dramas vividos por cada uma delas.
"Não sabia como começar a explicar o quanto essas sensações de cansaço e depressão estavam entrelaçadas com um sentimento de amor; com uma alegria tão intensa que a deixava até enfraquecida. Como poderia descrever o encanto que sentia toda vez que via o brilho nos olhinhos de Lucia ao vê-la;toda vez que aquele rostinho enrugado se abria num sorriso? Como poderia explicar que, em alguns dos seus momentos mais felizes estava morta de cansaço?" (pág.211)
Foi bom encontrar personagens tão reais, com dilemas absurdamente verossímeis. Minha conexão com Maggie foi instantânea, já que passei por todos as fases da maternidade que ela enfrenta. Me solidarizei com o silêncio de Roxanne, que esconde de todos a identidade do seu amante, e quis dar umas sacudidas na altruísta e ingênua Candice. Embora os acontecimentos tenham sido previsíveis, foi revelador acompanhar os desdobramentos, e ver como cada uma delas lidou com as dificuldades, e saíram mais fortes e confiantes no processo. Literalmente aprenderam com as lições que a vida impôs.

Eu classificaria a obra como uma visão moderna sobre o relacionamento e cotidiano de mulheres acima dos 30. Como eu me encontro na faixa etária, a leitura de Drinques para três foi um deleite.

5 comentários:

  1. Quando a narrativa é veloz, acho isso ótimo e dou um super destaque. E principalmente quando os personagens são bem criados e descritos.
    Gostei.

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  2. Eu por fora achava que Sophie é que era o nome real hehehe. Ainda não li nada dela como ela mesma também, mas espero gostar tanto quanto gosto com o pseudônimo. Também estou nessa faixa de idade, então acho que o livro é para mim hehehe.

    Blog Prefácio

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  3. Oie Jacque =)

    Ainda não li nada da Sophie e embora o gênero que ela escreve não seja um dos meus favoritos, tenho curiosidade de ler algo dela.

    Gostei muito da premissa desse livro, pelo visto ele possui uma narrativa atual e real, algo que valorizo bastante em minhas leituras.

    Dica anotada ;)

    Beijos e um ótimo final de semana;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary




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  4. Oi, Jaque!

    Fiquei bem interessada pelo livro.
    A Sophie Kinsella é uma das minhas autoras favoritas de chick lit e que tem uma grande parte da minha estante reservada. Ela me ganhou na serie Os Delirios de Consumo de Becky Bloom e desde então não parei de ler livros da linda Sophie. Ela é diva escrevendo e me sinto da mesma forma que você ao ler os livros dela. Grau explosivo de ressaca literária. Rs.

    Bjos,
    Bee.
    www.anebee.com.br

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  5. esse livro e muito bom.
    adorei ler

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