[Resenha] Rebelde - Bernard Cornwell

Livro: Rebelde
Série: As crônicas de Starbuck
Autor: Bernard Cornwell
Editora: Record
Número de páginas: 387
Classificação: 5/5

Minha Opinião:

Olá leitores. Últimas horas do ano, e eu não podia deixar de trazer para vocês a última resenha do ano, da minha última leitura do ano (nunca escrevi tanto a palavra última e ano em um mesmo parágrafo rs).
Bernand Cornweel sempre esteve na minha mira de leitura. Posso afirmar que ele é um dos autores que eu mais queria ler. Sua fama já consagrada como autor de ficção histórica, e seus romances sempre na lista de mais vendidos, me fez ter a certeza de que eu não me decepcionaria. Dito e feito.
Aproveitei essa nova série do mestre, para ter meu primeiro contato com sua escrita. O que posso dizer? Bernard narra com tanta precisão e esmero, que parece ter vivido uma experiência no front de uma grande guerra.

Rebelde é o primeiro livro das crônicas Starbuck, onde acompanhamos o início da Guerra Civil Americana, em 1861. Para quem não sabe, a Guerra da Secessão tinha os Estados Confederados Sul (sulistas) de um lado, e os Estados Unidos do Norte (nortistas) do outro. Em resumo: os estados do Sul contra os Estados do Norte. A título de curiosidade, o Norte foi vencedor. Mas deixando a aula de história americana para outra hora (ou pra quem for ler o livro), aqui acompanhamos a saga de Nate Starbuck, um nortista que largou o curso o seminário em Yale, e foi para o sul atrás de uma mulher.

Chegando no Sul (após ser sacaneado pela mulher que acreditava amá-lo), o ianque não é recebido com flores. É tratado sem piedade e misericórdia, ainda mais por ser filho de Elias Starbuck, um pastor que prega fervorosamente o abolicionismo, e é defensor dos ideais ianques. Contudo, Nate parece ter uma sorte interminável. Prestes a ser linchado e mergulhado em alcatrão quente pelos sulistas, ele é salvo pelo ricaço Washington Faulconer, que está recrutando soldados para lutarem na Legião Faulconer, afim de defender os direitos do Sul. Dessa forma, Nataniel se alia ao Sul, tornando-se um rebelde.

A narrativa em terceira pessoa de Cornwell é rica em detalhes, e se sobressai por ser direta e muito realista. O que a torna ainda mais interessante, é a minuciosidade com a qual ele realizou sua pesquisa histórica, o que diferencia sua obra das demais do mesmo segmento.
O cenário é muito bem montado. Sabe quando você está lendo uma descrição e se sente dentro da história? Bernard vai além de descrever, ele consegue tornar seu cenário tão tridimensional, que sua trama se transforma em uma explosão de cores, sentidos, e cheiros. Você embarca literalmente no front da guerra.

Não espere batalhas a cada 5 páginas. Por ser o primeiro livro de uma série, temos uma grande parte dedicada a apresentação dos personagens (e que personagens), e nos situando sobre o começo da guerra. No entanto, a falta de ação no começo não desfavorece em nada o livro. Já no desfecho, temos batalhas que farão os mais aficionados por histórias desse tipo, vibrar.
Acompanhamos personagens muito peculiares, com personalidades fortes e marcantes, como Thaddeus Bird, Truslow e o próprio Faulconer.
Nataniel pode não ser um personagem forte e crível a princípio. Lutar ao lado do Sul tem mais haver com se rebelar contra seu pai - a quem ele não suporta - do que realmente defender os direitos dos sulistas e desprezar a escravidão. Só que com o desenrolar da trama, fui me afeiçoando ao seu eterno dilema entre seguir os princípios pregados por seu pai, ou atender aos desejos da carne. O que eu quero dizer, é que Nate tem seus defeitos e conflitos, e isso faz com que ele seja um personagem no mínimo sincero e verídico.

A capa brasileira ficou ainda melhor que a original. Infelizmente encontrei alguns erros de revisão que certamente incomodarão os leitores mais atentos (cheguei a ver a palavra sargento escrita com j). Esses errinhos devem ser corrigidos em uma próxima edição.

Bernard Cornwell nos presenteia com uma obra de primeira, que ao invés de focar no lado vencedor da guerra, nos faz olhar com respeito para o lado perdedor, e nos deixa roendo as unhas esperando os próximos volumes.
Se ficção histórica é sua praia, Rebelde será um prato cheio.

6 comentários:

  1. Ouço falar muito bem sobre Bernand Cornwell então digo que também é um autor que está na minha mira. Fico feliz de saber que o livro atendeu as suas expectativas, espero ler esse livro esse ano! Ótima resenha ;)

    Beijo,
    Naty.

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  2. Coloquei na minha cabeça que em 2015 irei ler Bernard Cornwell, kk, já até comprei na Black Friday "1356" dele, e estou animado. Gosto de ficção histórica desde que li "Queda de Gigantes" do Ken Follett, então como Bernard é tão elogiado, irei apostar.

    Abraços,
    - pensamentosdojoshua.blogspot.com

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  3. Oi
    Nem conhecia esse autor, mais parece ser um bom livro e cheio de ótimos personagens gosto de livros desse gênero (Já Leu Queda de Gigantes?)
    , vou até salvar o nome do livro aqui e gostei da resenha.

    momentocrivelli.blogspot.com.br

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  4. CARAMBA, Jacqueline! Esse é um livro que eu posso dizer que muito provavelmente me apaixonaria perdidamente por ele. Trata-se de ficção histórica, um gênero que sempre me atraiu muito e que eu preciso ler mais.
    Com certeza vou anotar a sua dica e ler assim que for possível.
    Ótima, ótima dica!

    Feliz 2015, tudo de bom!
    Beijão.

    P.s.: adorei o seu comentário na minha retrospectiva. Obrigada pelo carinho!

    Blog || FanPage

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  5. Adoro o Cornwell. Li o Rei do Inverno, sobre o rei Arthur (recomendo se você ainda não leu), e queria muito ler o Rebelde por ser faroeste. Pelo que você falou percebi que o teu primeiro contato com o Cornwell foi bem parecido com o meu uahushau Tudo que você disse sobre sentir os cheiros, cores e sentidos... é exatamente assim que me senti ao terminar O Rei do Inverno. É incrível. Eu tinha um pouco de dúvidas sobre comprar ou não o Rebelde, mas pela forma que voce falou é exatamente isso que estou procurando em um livro de faroeste :) Obrigado.

    http://rotaseis.blogspot.com.br/

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  6. Eu também não li nadinha do Bernand Cornwell Jacque e sinto muita vontade. Já belas entrevistas com ele, dele com George R R Martin e vice e versa e sempre fico louca de paixão com as coisas que esse escritor fala, as pesquisas que ele faz antes de escrever seus livros épicos e tão interessantes, todos amam a escrita dele, acho que vou curtir e muito também. Depois de sua resenha a vontade só cresceu. Assim que tiver tempo hábil vou ler, juro, prometo, juro de mindinho \o
    Beijocas!
    Vivi
    Razão e Resenhas

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