[Resenha] A vida como ela era - Susan Beth Pfeffer

Livro: A vida como ela era livro #1
Série: Os últimos sobreviventes
Autora: Susan Beth Pfeffer
Editora: Bertrand
Número de páginas: 375
Classificação: 3/5

Minha Opinião:

Susan Beth Pfeffer começou a escrever aos 6 anos, e depois que seu primeiro livro, Just Morgan, foi publicado, ela passou a se dedicar integralmente à escrita.
É autora de mais de setenta obras infantis e infantojuvenis e ganhadoras de diversos prêmios. A vida como ela era figura entre os livros mais vendidos do The New York Times.

Quando vi a campanha de lançamento do livro imediatamente me interessei pela leitura. Isso porque indicavam essa série para os fãs de Jogos Vorazes, e isso por si só já tornava o livro irresistível. A sinopse, e o fato da narrativa ser em forma de diário, também contribuíram para a minha curiosidade e expectativa aumentarem.
A vida como ela era tem seus méritos, já que nos apresenta a personagens extremamente críveis e verossímeis. Contudo, derrapa na falta de ação, e de uma visão mais ampla do mundo exterior.


O livro é narrado em uma espécie de diário, pela adolescente Miranda, de 16 anos. Ela acaba de receber a notícia de que a madrasta está grávida, e seu irmão, Matt, está prestes a voltar do primeiro semestre da faculdade. Entre as trivialidades descritas no diário, ela demonstra preocupação com o a colisão de um meteoro com a Lua, considerada inofensiva pelos canais televisivos.
O impacto da colisão, porém, é bem maior do que o noticiado pelos cientistas, e as consequências assumem proporções catastróficas.
"Não sei o que é pior: a eletricidade inexistente ou a eletricidade imprevisível.Fico imaginando se algum dia terei que decidir o que é pior: a vida que estamos vivendo ou vida nenhuma" (pág.137)
Este não é o primeiro livro que leio com um enredo nesse estilo. Apesar da premissa não ser a mais original possível, a forma como Susan trabalha e aborda os sentimentos de seus personagens, conseguiu me conquistar.
O ritmo da narrativa é bem lento, mas o que falta em ação, transborda em empatia pelo drama da protagonista. Miranda narra com muita precisão todos os esforços que sua mãe faz para manter a família unida e viva. Seus textos tem um traço impressionante de realidade da rotina de uma adolescente, que tenta a todo custo manter a normalidade, apesar de tudo. Isso inclui continuar frequentando o colégio, e até se apaixonar por um colega da escola.

O ponto alto da obra está justamente na força de seus personagens. Temos a figura materna de Laura, mãe de Miranda, se precavendo contra o iminente fim do mundo, e o irmão mais velho que assume um papel protetor, omitindo algumas informações para não preocupar seus irmãos mais novos.
Chega a ser desesperador a forma como Laura reúne a família, e sai em disparada para o supermercado e outras lojas, com o intuito de se preparar para a escassez de alimentos e suprimentos. É justamente esse desespero tão humano, que torna a trama tão verdadeira, e tensa em muitos momentos.
As emoções são plenamente desenvolvidas, bem como alguns sentimentos negativos, como egoísmo, e a falta de altruísmo.
"Compartilhar é um luxo (...) E não podemos arcar com luxos agora."
Mesmo em um cenário pós-apocalíptico, a esperança pela sobrevivência adquiri força do meio para o final. Confesso que eu esperava algo mais impactante, e um foco maior nas catástrofes, mas como primeiro livro de uma série de quatro, vejo muito potencial na continuação.

A diagramação teve um cuidado especial, com um desenho bem juvenil de uma casa no início de cada capítulo. A capa não deve nada para a original. Inclusive, a Lua tem um toque diferenciado quando passamos a mão em cima, e que fez toda diferença.
O próximo livro da série já tem capa e título definido. Os vivos e os mortos, ainda não tem previsão de lançamento.

A vida como ela era traz um relato aflitivo, e por vezes emocionante, de uma adolescente que vê o mundo caminhando à beira de um colapso, mas mantém a esperança intacta. Recomendo.

6 comentários:

  1. Oi, Jacque!
    Estou muito muito muito curiosa por esse livro. Mas ainda não arrumei espaço para ele entre as leituras, infelizmente :/ A premissa é muito instigante.

    Beijo

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  2. Oi, Jacque!
    Fiquei curiosa pra caramba agora. Essa é a primeira resenha que leio desse livro e toda essa questão de fim do mundo me deixou muito interessada. Narrativa em diário e sentimentos transbordando das páginas também me atraíram... posso comprar o livro agora ou depois?

    Um beijo,
    Doce Sabor dos Livros - Aguardo a sua visita!

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  3. Olá,
    Achei a capa do livro bem sem graça e em um primeiro momento nem tinha reparado na obra, mas aí começou toda aquela associação da obra com Jogos Vorazes q a editora fez e o livro ganhou mais destaque. Eu, particularmente, não concordo com isso, mas a obra é interessante e, apesar de seus poréns, parece ser bacana.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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  4. Jacque, ainda não tinha ouvido falar nesse livro! Gostei muito da premissa dele e dos seus comentários... quero muito lê-lo agora! rs

    Beijos,
    Caroline, do criticandoporai.blogspot.com

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  5. Fiquei com sentimentos mistos durante essa resenha.
    Ora não me interessei, por ser mais do mesmo, adolescente + situação de fim do mundo, mas, acabei que gostando do modo como é abordado, sem muita ação mas em forma de diário, com muito drama. E a continuação parece ser muito boa!
    Quem sabe eu dê uma chance (quando a série estiver completa).

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  6. Oi Jacque! :)
    Não conhecia o livro, mas me interessei. Gosto de livros escritos em forma de diários, geralmente me sinto mais "íntima" do personagem. Acho que o que pecou aí foi a indicação para os fãs de Jogos Vorazes, com certeza a gente já espera algo parecido, né?
    Gostei da resenha e vou acrescentar esse livro (mais um, oh céus!) a minha nada pequena lista de desejados. rs
    Beijocas
    Coisas de Meninas

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