[Resenha] Annie - Thomas Meehan

Livro: Annie
Autor: Thomas Meehan
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 207
Classificação: 5/5 (favorito)

Minha Opinião:

Thomas Meehan ganhou o Tony Award em 1977 pelo livro do musical Annie, seu primeiro espetáculo da Broadway. Posteriormente, em 2001, ganhou outro Tony, como coautor de Os produtores, e foi premiado novamente em 2003, como coautor de Hairspray. Participou da criação de diversos roteiros para o cinema, como o S.O.S. - Tem um louco solto no espaço e da versão cinematográfica de Os produtores.

Annie, uma menina de onze anos, foi criada por Harold Gray em 1924, como personagem principal de uma tira de jornal chamada Annie, a pequena órfã. A tarefa de criar uma história para adaptação do espetáculo da Broadway foi entregue ao autor Thomas Meehan.
No início do livro, Thomas faz uma pequena apresentação sobre como foi a criação da história, e as modificações sofridas para que o musical se tornasse um livro. Raramente leio apresentações, mas Meehan tem um jeito tão natural de narrar, que me conquistou de logo de cara.



A narração em terceira pessoa nos apresenta a Annie. Ela foi deixada na porta de um orfanato em uma noite de ano-novo quando era bebê, junto com um bilhete de seus pais prometendo que viriam buscá-la um dia.
Onze anos após, Annie já não aguenta mais os maus tratos que sofre da malvada Sr. Hanningan - que é quem comanda o orfanato - e resolve fugir e sair à procura de seus pais.
Sozinha nas ruas de Nova York, ela enfrenta diversos perigos. Contudo, sua sorte muda quando ela é convidada pela secretária do bilionário Oliver Warbucks, para passar as festas de fim de ano na mansão de Oliver.

A primeira coisa que me veio a mente enquanto eu lia o livro, era a infância da minha mãe, que também foi deixada pelos pais em um colégio interno. A vida de Annie no orfanato não era nada diferente das experiências que minha mãe me contava, incluindo a obrigação de ter que trabalhar, e as temidas surras que ela levava das freiras.
Não foi à toa que eu me envolvi com a história logo nas primeiras páginas. Da infância sofrida no orfanato, aos percalços vividos nas ruas de Nova York em sua busca por seus pais, Thomas narra com muito otimismo a história de uma menina corajosa, e que nunca perde as esperanças. Mesmo apanhando, e sofrendo todo o tipo de maus tratos, o lema de Annie era: “O sol vai sair amanhã. Pode apostar seu último centavo nisso.” O otimismo dela foi totalmente encorajador, e me emocionou muito.
A narrativa é bem ágil, daquelas que vamos lendo, e quando percebemos já se passou metade da história. A linguagem é bem atual, e nos envolve facilmente.
"Ela estava livre. Livre - mas sozinha, sem dinheiro e sem lugar para morar, no meio de Nova York, em uma manhã fria de janeiro. Mesmo assim, pensou Annie, aninhando-se ainda mais no suéter enquanto o vento frio soprava, pelo menos ela havia começado a busca pelos seus pais desaparecidos. "
Achei genial o fato do autor inserir um contexto histórico em sua obra, como o cenário da Grande Depressão em 1933. E como se não bastasse ter um cenário tão envolvente, com descrições bem visuais sobre Nova York, ainda temos o presidente Roosevelt como personagem.
Apesar da atmosfera do livro ser infantojuvenil, foi impossível não sofrer ao ver por tudo o que Annie teve que passar. Porém, o autor também nos brinda com cenas comoventes e que fazem brotar um sorriso no rosto.
As personagens são todas bem exploradas, com destaque para o bilionário Oliver, e seu grande coração.
"- Bem, eu acho que, quando a gente pensa nas coisas boas que podem acontecer amanhã em vez de nas ruins que estão acontecendo hoje, a gente pode começar a fazer essas coisas boas acontecerem - disse Annie."
Com uma narrativa envolvente e sensível. Meehan cria uma história juvenil que encantará a todas as idades, e fará o leitor torcer pela jornada de Annie. Se você gosta de histórias inspiradoras, eu recomendo veemente.

7 comentários:

  1. Oi, tudo joia?
    Achei bem interessando a história, sua resenha está muito bem escrita, me respondeu todas as dúvidas que tinha sobre a obra, e sobre a sua mãe uou, não deve ter sido nada fácil para ele :c
    Enfim, amei o blog,

    Beijos
    intoxicadosporlivros.blogspot.com.br

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  2. Oi Jacque
    Acho fofinha esta capa, mas não sabia do que se tratava. Gostei da premissa dele e quero ler.

    Beijos

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  3. Eu assisti ao filme, e várias e várias vezes, conhece Jacque? Então, adoro a história de Annie, ela nos passa uma mensagem simples e muito linda, Quero o livro, até por que sei que a Pietra vai adorar lê-lo quando tiver uns 9, 10 aninhos. *.*

    Link do filme ,se você se interessar: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-87/

    Beijocas, desculpe meu sumiço. Parabéns pela resenha, amei saber que existe um livro agora, só sabia do filme.
    Vivi
    RR

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  4. Oi Jacque, eu não sabia da história da criação do livro, nem muito menos do que ele tratava. Gostei dos detalhes que você comentou sobre a narrativa, e acho que a leitura deve ser mesmo emocionante. Não imaginava que seria assim, mas gostei. Talvez solicite para leitura também.

    Beijinhos

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  5. Gostei bastante desse livro. Parece ser uma boa obra para refletir, além de poder conhecer mais sobre o contexto histórico.
    Não conhecia a obra, então amei a dica.

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  6. Oi, Jacque!
    Que curioso! Adoro livros com temáticas do tipo, e fiquei muito interessada na obra. Gostei do comentário a respeito da narrativa.

    Beijo

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  7. Eu sou doida para ler Annie porque sempre americanos falam sobre o filme e a peça e a menininha ruiva fofa.
    Mas sinto que eu vou chorar, apesar de você falar que é bem otimista.

    Beijoooos

    www.casosacasoselivros.com

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