[Resenha] Funny Girl - Nick Hornby

Livro: Funny Girl
Autor: Nick Hornby
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 417
Classificação: 5/5

Minha Opinião:

Nick Hornby publicou uma dezena de livros, entre os quais Febre de bola, Alta fidelidade, Uma longa queda e Um grande garoto, que ganharam versões cinematográficas.

Eu nunca costumo formar minha opinião sobre um determinado autor lendo apenas um livro. E para minha sorte, o meu segundo encontro com Nick Hornby foi um feliz casamento. Se em Alta fidelidade - meu primeiro contato com o autor - eu terminei sem um sorriso de satisfação no rosto, aqui Nick já me tinha em suas mãos ainda nas primeiras páginas.

Barbara é uma jovem que não está conformada em ser conhecida apenas como Miss Blackpool. Ganhar um concurso de beleza nunca foi o seu sonho, e sim se tornar uma atriz de comédia. Sua heroína é Lucille Ball, e perseguindo seu sonho, ela se muda da pequena cidade do interior para Londres. Lá ela arruma um emprego numa loja de departamento em Kensington, mas não demora muito até um agente ajudá-la. Com a orientação de seu agente, ela passa a se chamar Sophie Straw, e acaba conseguindo um papel de destaque em uma sitcom da BBC.

Funny Girl me ganhou em cada detalhe de seu enredo: da ambientação dos anos 60, dos personagens tão realísticos e empáticos, a trama sagaz com tantos detalhes reais.
Aqui, Nick acertou em tudo. Os personagens são interessantes, com aquela humanidade característica, que os torna tão palpáveis.
É inegável a atemporalidade de Barbara/Sophie. Dá para imaginá-la como uma mulher dos dias atuais, que não se conforma com os papéis que a sociedade lhe impõe, e luta pelos seus sonhos. Barbara representa todas as mulheres que não concordam em seguir um papel predefinido, e vai em busca de sua própria independência. Com uma protagonista como Barbara, fica fácil entender o meu amor pelo livro.
"Só porque não é meu negócio favorito não significa que não queira umas risadas", disse Clive. "Odeio dentista, mas não significa que não queira fazer uma obturação.""Ninguém quer fazer uma obturação.". retrucou Tony"Não, mas...se for preciso...""Então risadas são como uma obturação para você?, disse Bill. "Dolorosas e desagradáveis, mas necessárias? Mas que poço de alegria!"
Hornby não se contenta apenas em fazer comédia sobre uma comédia. Ele vai além, discursando sobre diversos assuntos, como homossexualismo, o papel da mulher na sociedade, e a rivalidade no meio artístico.
O texto de Nick é impecável. Mesmo que não tenha piadas tão óbvias como em Alta Fidelidade, o autor dá conta do recado. e arranca risadas espontâneas do leitor.
O realismo impressiona. Isso porque temos dados, fotos e várias informações verídicas, que mesclam tão perfeitamente com a parte ficcional, que em diversas vezes eu ficava na dúvida do que seria real ou não.

Foi delicioso acompanhar os bastidores da criação e produção de uma série. As intrigas, fofocas, disputas e os egos inflados.
É impossível ficar indiferente aos dramas pessoais de cada personagem. Eles vão se tornando familiares à medida que seus conflitos e dúvidas são expostos.

A parte gráfica da Companhia das Letras está um primor. Fotos e recortes complementam a obra. Não encontrei nenhum erro de digitação.
Funny Girl foi uma experiência maravilhosa, tal qual acompanhar uma série de TV favorita. Ri, chorei e sofri com Barbara e cia.

7 comentários:

  1. Oi Jacque
    De cara essa capa me conquistou e já me despertou curiosidade. Fiquei bem interessada no livro, nunca li nada do autor.

    beijos

    ResponderExcluir
  2. Oi Jacque, os livros cheios de referências, fotos e outros recursos de imagens têm me conquistado. A capa não me chamaria a atenção, para ser sincera, mas fiquei super curiosa depois de ler sua resenha. Adorei! Apesar de não acontecer num ambiente que eu acho que vá me agradar, se os personagens são bons mesmo, vale a pena.

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Oi Jacque!
    Dependendo do autor, também não acho certo definirmos nossa opinião com base em um único livro, mas quando o primeiro contato decepciona, a vontade de dar uma segunda chance enfraquece, né?
    Aconteceu comigo e com o Nick Hornby também. Li "Uma Longa Queda" que achei que tinha tudo para me agradar, mas não foi tudo o que eu esperava. Não digo que não leria outros livros dele, mas a vontade passou um pouco. Lendo sua resenha, porém, acho que talvez devesse dar uma chance a "Funny Girl". Acho a premissa bem simpática e parece ter funcionado bem.
    Beijo,
    alemdacontracapa.blogspot.com

    ResponderExcluir
  4. Oi, Jacque!

    Fiquei muito curiosa para ler "Funny Girl", foi a primeira resenha que li, mas já me encantei. A premissa é bem convidativa, divertida e abordou temas interessantes.
    Quero ler para ontem! Amei a dica.

    Beijocas.
    http://artesaliteraria.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  5. Olá Jacqueline,

    Esse é mais um livro que fico conhecendo aqui no seu blog, gostei da premissa e sua resenha me deixou com muita vontade de lê-lo, dica anotada....bjs.


    www.devoradordeletras.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  6. Oi Jacque, tudo bem?
    Á primeira vista a capa não me interessou, mas achei interessante a proposta da trama, assim como parece divertido acompanhar os bastidores de um seriado.

    *bye*
    http://loucaporromances.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  7. Oi, Jacque linda! Saudade de você. <3
    Não conhecia o livro, mas fiquei interessado. Parece ser uma boa leitura, sem dúvidas. E os pontos positivos que você citou me deixaram bastante curioso. Quero dar uma chance a obra. Sem falar que nunca li nada do autor. Então pode vir a ser um bom início.
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.blogspot.com

    ResponderExcluir

Fique a vontade para comentar.Será muito bom saber o que você pensa...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...