[Resenha] A casa assombrada - Jonh Boyne

Livro: A casa assombrada
Autor: Jonh Boyne
Editora: Companhia das Letras
Números de páginas: 296
Classificação: 4/5

Minha Opinião:

Minha admiração por John Boyne começou através de O Pacifista, e só aumentou conforme eu lia outras obras suas.

Acostumada a ler enredos sobre a Primeira e Segunda grande guerra, me deparei com A casa assombrada, ansiosa para saber como o autor trabalharia o terror, e o suspense na obra.
Histórias de fantasmas e terror costumam ser uma das minhas preferidas, e é uma pena que ultimamente eu não tenha encontrado bons livros no tema.
Mesmo com elementos clichês, A casa assombrada tem seus méritos. Com ingredientes que me agradam muito em uma narrativa, como o cenário da Inglaterra vitoriana, uma protagonista admirável, fantasmas e uma atmosfera um tanto lúgubre, o livro me surpreendeu.
“Existe crueldade no mundo, Eliza, você vê isso, não vê? Á nossa volta. Respirando na nossa nuca. Passamos a vida inteira tentando fugindo dela.”
O livro é narrado por Eliza Caine, 21 anos, que acaba de perder o pai. Sem dinheiro para pagar o aluguel na cidade, ela se inscreve para ser governanta em uma propriedade no condado de Norfolk.
Chegando na casa, ela se depara apenas com duas crianças: Isabella, e seu irmão Eustace. Não há nenhum adulto na grande propriedade, e a identidade de H.Bennet, que foi quem anunciou o emprego, é um verdadeiro mistério. Todos no vilarejo evitam falar com a nova governanta, e quando coisas assustadoras começam a acontecer na casa, Eliza irá atrás de explicações.
"Há dias em que detesto viver em 1867. Tudo se move com tanta rapidez. Mudanças acontecem em ritmo desenfreado. Prefiro o estilo de vida de trinta anos atrás."
Este é um trabalho completamente diferente dos outros do autor. Em partes uma homagem ao grande autor Charles Dickens e suas histórias de terror (inclusive, temos a aparição de Dickens como personagem), Jonh Boyne nos presenteia com uma trama ágil, e fácil de ler.
A narrativa é profundamente envolvente. O autor fez um belo trabalho ao combinar humor e terror. Os diálogos tem aquela inteligência marota, já característica do autor.

Os personagens se destacam pela caracterização. Isabella e o irmão Eustace me deram medo desde a primeira aparição. Também não é pra menos, já que ambos agem de maneira muito esquisita, e assustadora.
Eliza, que começa como uma protagonista assustada e sozinha, prova seu valor nos primeiros instantes em que chega à residência assombrada. Ela é questionadora, curiosa e muito corajosa.
Achei super válido o autor ter levantado questionamentos como o papel da mulher na sociedade. Pode parecer uma simples história de terror, mas Boyne vai além criando debates inteligentes e questionadores entre seus personagens.

O suspense e terror na obra são bem lights, especialmente para quem está acostumado com terror de arrepiar os cabelos.
Particularmente amei a resolução do mistério, mesmo que tenha sido previsível. Boyne consegue montar tão perfeitamente sua obra, que é impossível desmerecer o livro pelos poucos sustos.
A edição da Companhia das Letras está impecável. As folhas são amarelas, e não há nenhum erro de digitação ou revisão.
Se você ama histórias de terror, este será um perfeito passatempo.


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