[Resenha] Rich e Mad - William Nicholson

Livro: Rich e Mad
Autor: William Nicholson
Editora: Galera
Número de páginas: 304
Classificação: 2/5

Minha Opinião:

Como eu diria, a expectativa é uma bitch, que te consome por dentro, e deixa um rastro de frustração.
Não vou negar que escolhi o livro apenas pela capa fofinha, e por tratar de temas que tinham tudo para ser romantizados.
Quem não gosta de ler histórias sobre dois adolescentes que descobrem a paixão, o amor, e bem, o sexo? Só que o fofinho passou longe dessa obra, e...se eu fosse uma adolescente de 15 anos certamente leria a obra com choque e uma boca aberta :O

Quando Madd decide se apaixonar, ela não pensa nas complicações que o primeiro amor pode trazer. Aos 16 anos ela se apaixona por Joe, só que Joe namora Gemma. Rich também decide que quer encontrar um amor, e ele se apaixona por Grace. Só que Grace não corresponde o sentimento, e é quando Madd decide ajudar Rich, e acaba se apaixonando por ele.


William reuniu alguns clichês básicos em sua história, mas a forma de expor os sentimentos adolescentes, e narrar essa história, de básico não tinha nada.
A narração é feita em terceira pessoa, e isso acabou criando um certo distanciamento emocional dos personagens. Juro que a minha implicância com esse tipo de narração não influenciou nessa minha opinião.
A trama era narrada de uma forma impessoal,e isso atrapalhou meu envolvimento com os personagens.

Pelo menos, os diálogos eram bem inteligentes, e davam a sensação de veracidade. Eu li pensando: realmente isto poderia ser uma conversa entre adolescente. Não há nada pior do que ler um livro com diálogos inverossímeis.
O meu maior problema, foi em aceitar o fato de que adolescentes de 16 anos estarem com tanta pressa em fazer sexo.
Please, antes que você me chame de quadrada e antiquada (o que eu sou, obrigada, de nada), quero lembrar que eu nasci nos anos 80, e praticamente durante a minha adolescência inteira, eu passei ouvindo que sexo era algo para depois do casamento. E pior ainda, aos 16 anos eu ainda nem havia beijado na boca, quanto mais pensar em outras coisas.

Já que esclarecemos o fato de que eu sou quadrada, achei bem estranho adolescentes estarem mais preocupados em assistir filmes pornô e conversar sobre assuntos depravados, do que passar de ano (Porque a minha maior preocupação aos 16 anos, era não "puxar carroça", como diria a minha mãe).
Mas como sou mente aberta, também entendi a proposta do autor, em mostrar o lado complexo e delicado da iniciação sexual. Ponto pra Nicholson.
Só que de maneira nenhuma achei que o autor romantizou essa experiência. Pelo contrário. Os personagens eram um tanto impulsivos, e pareciam estar se aproximando mais pela necessidade em fazer sexo e passar por essa fase, do que estarem juntos por "paixão"ou amor. O sentimento dos dois não parecia genuíno, e um "te amo" dito, soava como banal.

"Então ela tirou a calcinha e fez com que a mão dele sentisse o triângulo de pelos e dobras interiores. Ela guiou o dedo indicador de Rich. Moveu cuidadosamente a ponta do dedo dele um pouco para cima, um pouco para dentro."

Há uma overdose de sexo pelas páginas, que fariam qualquer autor de NA morrer de inveja. O autor não nos poupa de um linguajar mais explícito, o que me fez guardar o livro na sessão de: minha filha só poderá ler após completar 18 anos (sou uma mãe careta. me julguem).
O desfecho me deixou com uma sensação tão esquisita de entrar na página e gritar: peloamordedeus, repensem essa decisão. Please. Não se precipitem. Foi algo bem desconfortável.

Rich e Mad não foi nada do que eu esperava, mas como sempre digo: cada leitor tem uma mente, e o que não foi bom pra mim, pode ser excelente para outra pessoa.
Por esse motivo, recomendaria para quem curte histórias sobre primeiro amor, e primeira vez.