Autora: Nell Leyshon
Editora: Bertrand
Número de páginas: 205
Classificação: 4/5
Minha Opinião:
A inglesa Nell Leyshon é romancista e dramaturga, e teve seu primeiro romance, Black Dirt, indicado ao prêmio Orange Prize. Sua peça Bedlam, fez com que se tornasse a primeira mulher a escrever uma peça para o Shakespeare`s Globe, um programa internacional de incentivo à disseminação da obra de Shakespeare. a cor do leite é o seu primeiro livro lançado pela Bertrand.
Não costumo ler sinopses de livros que me deixam intrigada já com a capa, mas nesse caso foi diferente. Li o início da sinopse para saber um pouquinho da história, e já me convenci ao ler o trecho que dizia: ela tem a língua afiada. Pronto. Bastou isso para me deixar curiosa.
Leyshon não só traz uma história que impressiona pela fluidez, como nos presenteia com uma protagonista autêntica e marcante.
Tudo o que revelarei sobre a trama é: a protagonista se chama Mary, tem 15 anos, e escreve com suas próprias mãos o relato do que aconteceu em 1831.
A narrativa tem um estilo muito peculiar. Os capítulos são dividos pelas estações (a história se passa ao longo de 1 ano), e não respeita regras ortográficas. O livro todo é escrito em letras minúsculas (observe o título), e utiliza uma linguagem bastante primitiva, visto que Mary tinha sido recentemente alfabetizada quando o escreveu.
" tem umas vezes que eu tenho que ficar me lembrando que estou triste senão eu começo a ficar feliz de novo."Prezando pela clareza, Nell constrói um enredo simples à primeira vista, que demonstra toda sua vivacidade através de Mary, que possui a língua mais afiada do que uma faca, e uma sinceridade desconcertante.
Enfatizando o tempo todo que possui cabelos da cor do leite, e que está escrevendo o livro com suas próprias mãos, Mary vai elucidando sem muita pressa os acontecimentos que culminaram no motivo de ter escrito seu relato.
A experiência da autora como dramaturga, reflete na primazia da criação de sua personagem: Mary é convincente, e sua ingenuidade aliada com a franqueza, tornam seu relato altamente palpável. Acreditamos em cada palavra do que ela diz. Minhas partes preferidas eram a interação entre ela e seu avô. Muitas palavras de baixo calão são pronunciadas, e por incrível que pareça, ao invés de chocar, me fizeram rir da desenvoltura dos dois.
Mary não tem pressa em chegar ao clímax. Acompanhamos seu dia a dia trabalhando com suas 3 irmãs na fazenda, e sua rotina como cuidadora da esposa do presbítero Gharam. E é na casa que a maior parte da tensão se desenrola. Confesso que eu até cheguei a prever o que aconteceria, mas não imaginava um desfecho tão impactante.
“eu só tenho uma cabeça e tenho que falar o que vem nela, eu falei.”Mesmo sendo relativamente curto, tiveram momentos que cheguei a bocejar com a lentidão de algumas páginas. Contudo, essa calma é necessária para nos situar na rotina de Mary, e também é quando ela revela pequenas doses de seus pensamentos. A vida difícil, e os maus tratos formaram praticamente uma casca de insensibilidade e praticidade. A evolução, e libertação de Mary foram emocionantes.
Para quem está cansado do arquétipo de mocinhas submissas, certamente irá vibrar com a cor do leite.
tipo n curto lentidão, mas o livro parece muito interessante.
ResponderExcluirsem contar que sou louca por ele por causa do nome <3
Seguindo o Coelho Branco
Oi Jacque!
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar sobre esse livro, mas a capa dele também já me deixou curiosa o suficiente para lê-lo. Também não sou de ler sinopses.
Mas sei lá, acho que essa coisa do livro ser todo escrito em minúsculo me incomodaria um pouco, mesmo eu sabendo os motivos e entendendo. HAUEHAUEHAEUHAEUAHE Sou chata pra caramba com isso.
Beijos!
http://www.roendolivros.com/
Acho que já disse isso aqui, mas vou repetir. Um grande diferencial do blog, é que sempre leio resenhas aqui de livros que não estão bombando nos outros blogs. Gosto disso. Infelizmente a dica de hoje não me interessei. Não gostei muito sobre a narrativa ser diferente e também quando você falou que o livro é lento.
ResponderExcluirBlog Prefácio
Uma mocinha com língua afiada e uma história que se passa na casa de um religioso. Daí tu tira...
ResponderExcluirO título me lembrou de "Branca como a neve, vermelha como o sangue" também pela fonte usada, mas pelo visto, não tem nada a ver. Mas me senti curiosa. E acho super legal ver como nossa literatura evoluiu - como a autora tem liberdade de escrever de uma forma informal, e que por meio dos erros da protagonista, conhecemos mais dela. Não é genial?
Clara
@clarabsantos
clarabeatrizsantos.blogspot.com
Oi Jacque!
ResponderExcluirA capa desse livro é muito estranha O.o
Pessoalmente ela é melhor? Então, sobre a sua resenha... livro que dá sono e tem pegada lenta não dá né? Mesmo sendo curto.
Beijos, http://porredelivros.blogspot.com.br/
Meu deus, que ótima resenha. Fiquei aqui morta de curiosidade pelo que aconteceu com a Mary, e a forma diferente do livro não me desanimou!
ResponderExcluirBeijos, Paola
uma-leitora.blogspot.com.br
Oi Jacque!
ResponderExcluirNão conhecia este livro... apesar de não ser bem meu estilo favorito de leitura, fiquei curiosa! Parece uma história bem diferente, e tem uma protagonista com personalidade forte... já gostei! :)
Bjus,
Paty Algayer - Loucuras da Paty
Ola
ResponderExcluirNão conhecia esse livro, a Mary parece ser uma personagem fofa, gosto de personagens ingênuos, a história parece ser legal, mais não sei se leria.
momentocrivelli.blogspot.com.br
Oie Jacque =)
ResponderExcluirTenho visto esse livro nas redes sociais, mas a sua é a primeira resenha que eu leio dele. Gostei da premissa dele, mas o fato de ele possuir uma narrativa lenta me desanimou um pouco.
Beijos;***
Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary