[Resenha] Mar da tranquilidade - Katja Millay

Livro: Mar da tranquilidade
Autora: Katja Millay
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 365
Classificação: 2/5

Minha Opinião:

Katja Millay cresceu na Flórida e se graduou no curso de Produção de Cinema e TV na Tisch School of the Arts, em Nova York. Mar da tranquilidade é seu primeiro livro e foi eleito um dos melhores títulos de ficção de 2013 pelo School Library Journal.

Mais uma vez eu estava com grandes reservas com um livro famoso e bem falado. Isso porque basta olhar as classificações super positivas no Skoob e Goodreads, para ver que Mar da Tranquilidade agradou a gregos e troianos. Ao que parece, eu não faço parte dos 99,99999% dos leitores que amaram. Levei mais de um mês para escrever essa resenha, pois eu não imaginava como citaria os pontos negativos de uma forma que não parecesse insensível. Veja bem: o livro tem uma carga emocional e dramática gigantesca, mas para mim não passou de um dramalhão bem escrito. Infelizmente.

Neste livro, Nastya Kashnikov é uma adolescente que passou por um trauma muito grande, e por esse motivo muda de cidade e escola, passando a morar com sua tia.
Vestindo roupas extravagantes, Nastya tenta esconder seu antigo "eu", que se perdeu logo após o incidente que a matou por dentro. Sem falar há quase dois anos, ela decide se manter longe das amizades na nova escola, mas acaba quebrando seu silêncio ao conhecer o solitário Josh. Ambos sofreram perdas irreparáveis, e logo ela se sente atraída por ele.
" Não faz diferença se fazemos tudo certo, se nos vestimos do jeito apropriado e agimos de maneira correta e seguimos todas as regras, porque o mal vai nos encontrar mesmo assim. O mal é engenhoso"
Acredito que o grande problema com esse livro, foi a demora com a qual os fatos se desenrolam. Narrado em primeira pessoa por Nastya e Josh, a narrativa se tornou muitas vezes cansativa, e desinteressante para mim. Claro que a curiosidade em saber o motivo que levou Nastya a se fechar em sua concha era maior que o meu tédio, e por isso não consegui desistir da leitura.
A autora leva muito tempo para revelar o trauma que afetou Nastya, e quando revelou, sinceramente, não me chocou tanto a ponto de me emocionar. Juro que sou um poço de emoção que chora por tudo (até com comerciais fofis de dia das mães), mas eu esperava por algo mias chocante, mas impactante (não que o que ela tenha sofrido foi algo leve, porque não foi).
"Acho que sempre vou estar despedaçada. Posso trocar os fragmentos de lugar, rearrumá-los, dependendo do dia, dependendo do que eu preciso ser. Posso mudar num piscar de olhos e ser muitas garotas diferentes, sem que nenhuma delas tenha que ser eu."
Eu não consegui me simpatizar com Nastya. Sei que cada pessoa reage de uma forma a um trauma, mas não encontrei justificativas para ela parar de falar, e se vestir de forma escandalosa. Se ela não queria atrair a atenção para si, errou feio.
Sem contar que eu me irritei muito com o fato dela não falar. Com isso o texto ficava mais introspectivos, e a falta de diálogos no começo fez muita falta. Também não consegui entender direito suas atitudes, como quando ela fica com raiva de Josh por ele a defender na escola. E não posso esquecer das atitudes sem juízo dela.

Pelo menos Josh é uma personagem completamente original e sincero. E se tem uma coisa que eu gostei, foi a forma como Millay trabalhou o envolvimento dos dois. Mesmo com o romance em segundo plano, a forma como a autora os conecta, gradualmente, construindo uma relação sólida, me deixou bem feliz. Mesmo achando que o enredo soou como uma convenção de tragédias, meio too much para a vibe que eu estava quando peguei o livro para ler.
O desfecho é corrido, como se Katja não tivesse pensado no final que daria para seus personagens.

Talvez eu não estivesse no clima para uma leitura mais arrastada e emocional, mas Mar da Tranquilidade me cozinhou em banho maria pela maior parte da leitura, para concluir com um final apressado e descuidado.
Foi uma leitura bem frustrante, mas para quem gosta de personagens imperfeitos e marcados por tragédias, o livro é uma boa pedida.

9 comentários:

  1. Oi Jac
    Que pena que o livro não foi tão legal assim, eu ainda não li e não tenho uma opinião sobre o enredo desse livro, mas confesso que fiquei bem curiosa para saber o que aconteceu com Nastya.
    Beijinhos
    Renata
    Escuta Essa

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  2. Oi Jacque
    Nossa, que pena...Sabe, eu demorei a engrenar na leitura, mas depois de uma certa parte a leitura fluiu bem e eu gostei...curti bastante o livro.
    Concordo contigo que as revelações demoram a aparecer.

    Beijos

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  3. Jacqueline =/
    Gostei de sua resenha, como sempre. Mesmo ficando triste por conta de tu não ter gostado do livro. Acontece, né?
    Eu amei tanto essa história, mas tanto, a história me marcou, pra foi foi intensa a leitura e tal. Mas é assim mesmo, é a maravilha da literatura, o melhor modo de mostrar e nos ensinar sobre o livre arbítrio...rs
    Pra você ver, quando 90% dos leitores morreram e se esfolaram por causa de A culpa é das estrelas, eu simplesmente achei um livro normal, não me emocionou e nem tocou, sério...rsrsrs
    Já Mar da tranquilidade me rendeu algumas lágrimas e uma bem vinda dor no coração. Enfim...
    Beijocas
    Viviane
    Razão e Resenhas

    http://vivianeblood.blogspot.com.br/2015/04/resenha-transformacao-de-raven.html

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  4. Olá Jacqueline,

    Esse livro está na minha lista de desejados e essa é a primeira resenha negativa que leio dele, mas espero poder ler para tirar minhas conclusões...bjs.

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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  5. Oi Jacque!
    Eu não chego a estar nesse grupo que amou e se emocionou horrores com a história, mas gostei bastante. Ainda assim, entendo a sua reação.
    Eu não me importo com um ritmo lento quando sinto que estamos conhecendo mais dos personagens, nem com a introspecção e a falta de diálogos (pelo contrário, isso até me atrai em algumas obras). Mas você não é a primeira que vejo reclamar dessa lentidão.
    Quanto ao que aconteceu com a Nastya, também não me chocou, mas para mim a autora conseguiu transmitir o porque de ser traumatizante para a personagem, então achei que funcionou.
    Pena que você não gostou do livro.
    Beijos,
    alemdacontracapa.blogspot.com

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  6. Oi Jacque, tudo bem flor?
    As vezes eu também fico meio com o pé atrás quando um livros é muito bem falado, pois vou com tanta sede, e acabo me frustrando. Uma pena o livro não ter suprido suas expectativas, mas a vida é assim né?
    bjus,
    Amanda Almeida
    http://amanda-almeida.com.br

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  7. Oi, Jacque!

    Pois é, tenho lido diversos comentários positivos sobre esse livro e até achei bem interessante, mas não ao ponto de querer ler imediatamente. Não gosto de drama, mesmo os que são bem escritos. Eu leio, mas não é meu gênero favorito, nem de longe, rs. É uma pena que não tenha te agradado, sei como é a sensação. Mas que bom que pelo menos o envolvimento dos dois foi bacana.

    Beijocas.
    http://artesaliteraria.blogspot.com.br

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  8. Oi, Jacque!
    Estou com um monte de posts e visitas atrasados, mas parece que agora conseguirei botar as coisas em ordem.
    Sou como você e sempre fico com o pé atrás quando 99,9% das pessoas elogiam um livro/filme. Principalmente se envolve drama (como diz uma amiga, tenho coração peludo...rs). Mas que pena que você não gostou. Que suas próximas leituras sejam melhores!
    bjo

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  9. Desde o ano passado venho sonhando em ler esse livro. Quando soube que a editora Arqueiro iria publicá-lo fiquei tão feliz que não há palavras para descrever a minha emoção ao ler à sua resenha. É simplesmente muito mais do que eu esperava!
    Gosto de livros que trazem o ponto de vista de mais de um personagem, acho que nos faz entender melhor o que se passa na cabeça de cada um deles. E estou curiosa para saber o que aconteceu com Nastya para ela ter mudado tanto, já pensei em estupro, sequestro, morte de um namorado…já para a lista!

    Beijos!
    Viviane Gonçalves
    vsg_caue@hotmail.com

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